Epilepsia é uma condição bastante comum, um transtorno do cérebro caracterizado por uma predisposição duradoura a crises epilépticas que se repetem em intervalos variáveis, e pelas consequências neurobiológicas, sociais, cognitivas e psicológicas desta condição. Essas crises são manifestações clínicas de uma descarga anormal de neurônios (células cerebrais). Suas causas variam de acordo com o tipo de epilepsia e com a idade do paciente.
A causa pode ser uma lesão cerebral congênita (desde o nascimento) ou adquirida, decorrente de vários fatores, como por exemplo, uma batida forte na cabeça (geralmente com sangramento intracraniano), infecção (meningite, encefalite, neurocisticercose etc.), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas etc.. Também pode ser decorrente de algum problema ocorrido antes ou durante o parto. Entretanto, muitas vezes não é possível conhecer as causas que deram origem à epilepsia.
As crises epilépticas apresentam sintomas variados, dependendo da área cortical cerebral (camada mais superficial do cérebro) envolvida na sua geração e na propagação da crise. Por isso, cada uma tem características diferentes. Um dos tipos mais comuns é a crise tônico-clônica, popularmente chamada de convulsão. O paciente apresenta abalos musculares generalizados, sialorreia (salivação excessiva), pode morder a língua e perder urina e fezes. Em crianças é comum a ocorrência de crises de ausência, uma breve parada da atividade que a criança estava fazendo; piscamentos ou movimentos automáticos das mãos.
O diagnóstico correto do tipo de crise epiléptica e da causa da epilepsia, bem como as características do paciente são fatores importantes para a definição do tratamento. A terapêutica é feita com medicamentos antiepilépticos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais (a origem das crises epilépticas).
Enfim, quem convive com epilepsia enfrenta, além dos sintomas da doença, o preconceito da sociedade. Por isso, é preciso reforçar que a epilepsia tem causas variáveis, não é contagiosa e com tratamento, seja medicamentoso ou cirúrgico, estima-se que em 70% dos casos é possível ficar livre de crises.