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Cinema e a Epilepsia

O cinema possibilita olharmos para a nossa realidade social e analisá-la, identificando os papéis das instituições sociais, a reverberação dos discursos nos corpos dos sujeitos, o corpo como extensão da identidade, e as percepções sociais.

Fernanda Sayuri Gutiyama, em sua dissertação de mestrado, 2017, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, sob orientação de Fábio Nauras Akhras , desenvolveu um estudo, uma discussão sobre a identidade social da pessoa com epilepsia. Concluiu que os discursos sociais ainda reproduzem o estigma da epilepsia, que continua representado de forma predominante no cinema. De maneira diacrônica, com a evolução do tempo, a representação ocidental predominante da epilepsia mudou das percepções de possessão espiritual para a percepção médica clínica de acordo com nosso contexto cultural. Atualmente, contudo, as discussões sobre a normalização do corpo, identidade e o biopoder se repercutem em nossa sociedade, abrindo espaço para a expressão de novas subjetividades na ficção e no documentário.

Com o olhar na discussão sobre a identidade social da pessoa com epilepsia, através da análise da representação da epilepsia em filmes ocidentais datados a partir de 2005, o corpus fílmico foi determinado por relevância do tipo de produção, para desenvolver um comparativo de linguagens audiovisuais a partir de três obras ficcionais: O Exorcismo de Emily Rose (2005), Réquiem (2006) e Eletricidade (2014); e três obras documentais Zach, a film about Epilepsy (2009), Ilegal – a vida não espera (2014) e A seizure by Nathan Jones (2011).

NOTA: O cinema e as mídias possuem um grande poder de conscientização e distorção de fatos, histórias, pessoas e condições de saúde, independente de cor, sexo e idade. Ao lermos este estudo, notamos que existe uma evolução no tempo; e a percepção da epilepsia no cinema vem se transformado. A passos curtos, infelizmente. Seguimos na luta pela conscientização e ampliação das vozes da Epilepsia.

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